"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

segunda-feira, 30 de abril de 2012

A civilização céltica

Guerreiro. Esta silhueta ameaçadora de arenito vermelho é um guerreiro. O capacete é encimado por chifres que se assemelham a grandes orelhas. Glauberg, Alemanha, século V a.C.

Os testemunhos sobre a arte céltica dizem respeito a zonas geográficas muito vastas e a épocas muito diferentes. Correspondem ao estabelecimento dos celtas em ondas sucessivas, desde os Bálcãs até as ilhas Britânicas, do século IX ao I a.C. Contudo, é possível encontrar elementos constantes nas peças descobertas nas diferentes regiões da Europa. No trabalho dos metais, os celtas têm técnicas muito avançadas. Sabem tirar partido da forma de um objeto utilitário para transformá-lo num animal ou num ser humano. Os ourives têm uma destreza notável para trabalhar o ouro ou realizar espetaculares jóias ornadas de motivos curvilíneos repetidos, de plantas e de animais. O trabalho da pedra é mais rudimentar. As cabeças e as estátuas, muitas vezes grosseiramente talhadas, exprimem, no entanto, uma força inegável. Os artistas celtas têm em comum o estro de estilizar ao extremo suas representações humanas ou animais. O alongamento das formas e a insistência em privilegiar e em acentuar certos detalhes dão um vigor expressivo a peças, que muitas vezes são de tamanho muito pequeno.

SALLES, Catherine (dir.). Larousse das Civilizações Antigas. São Paulo: Larousse, 2006. p. 214.

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