"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Yamato ヤマト

ヤマト



A civilização de Yamato nasceu por volta da primeira metade do século IV na planície fértil de mesmo nome, no sudeste da ilha Honshu, nos arredores das cidades atuais de Kyoto (Nara) e Osaka. Os anais chineses da dinastia Wei mencionam essa entidade política a partir do século III (a Yamato envia uma embaixada para a China em 265). Essa região parece ter tido um avanço técnico sobre o resto do arquipélago, que envia seus príncipes a servir no palácio do soberano de Yamato. Um relato mítico faz de seu fundador Jinmu-tenno um descendente humano de Amaterasu, divindade celestial e solar, a mais importante do Japão antigo. O período dito Yamato cobre as épocas Kofun (250 a 593) e Asuka (593 a 710).











Estas estatuetas, ou haniwa, encimam tubos de argila que eram fixados no solo sobre e ao redor dos monumentos funerários  (túmulos chamados kofun). Elas delimitavam o espaço sagrado e o protegiam. Século VI.


No século III, clãs guerreiros começam a construir nessa planície túmulos recobertos com montículos de terra que, por volta do ano 500, sob a influência da Coréia, são dotados de armaduras e armas e ornados com estatuetas tubulares em terracota, as haniwa. As relações com a Coréia são cruciais não só para a formação cultural de Yamato, que lhe deve realmente as novas técnicas agrícolas, metalúrgicas e têxteis, mas também para a transmissão dos métodos da administração chinesa. Os letrados trouxeram os textos do confucionismo, a escrita chinesa e o budismo. Um Estado baseado na dominação dos clãs aristocráticos é criado. As modalidades são precisadas em 604 na Constituição do príncipe Shotoku, cujos princípios gerais se apoiam na ideia de que a ordem humana reflete a ordem celestial. Uma hierarquia estrita, estabelecida nos moldes chineses e coreanos, é então instaurada.

SALLES, Catherine (dir.). Larousse das civilizações antigas: das bacanais a Ravena (o Império Romano do Ocidente). São Paulo: Larousse, 2008. p. 327.

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